O mundo em olhos singulares

Sabe aquela alegria de ver um lindo arco-íris e suas cores, apreciar um campo com diversas flores diferentes ou simplesmente jogar o famoso Twister? Sabe? Pois é, eu não. Não, eu não sou uma pessoa extremamente antissocial que nunca quis participar desses eventos, o motivo é outro: sou daltônico.
Bem, a essa altura a maioria das pessoas fariam um comentário nesse calibre: "Sério? Você vê uma árvore em tons de vermelho?". Apesar de ser um comentário que muitos daltônicos, inclusive eu, não apreciam, não posso culpá-lo, porque provavelmente eu faria o mesmo tipo de comentário. Iria ficar curioso, imaginar como um alien daltônico enxerga.

Desde a minha infância nunca fui bom no quesito artístico, pintava árvores com cores diferentes, nunca descobri como um arco-íris pode ter 7 cores e sempre trocava os lápis de cor. Só descobri que era daltônico nos meus 13 ou 14 anos de idade. Como? Fui fazer um exame de vista e a oftalmologista me apresentou um teste chamado Ishihara, o teste funciona da seguinte forma: são dados vários círculos com números ou letras dentro, os círculos, as letras e os números são pintados de cores nos quais daltônicos não enxergam com clareza, por isso um número 8 para pessoas comuns, se tornam um 3 para daltônicos. Veja abaixo:

Homofobia justificada?

Nos últimos dias, um vídeo de Joelma, vocalista da Banda Calypso, andou tendo bastante repercussão na internet. O motivo disso é que no vídeo a cantora foi registrada dizendo a um fã que ele deveria "deixar de ser gay". Logo depois, houve todo tipo de revolta contra essa atitude da cantora. 

No Twitter, lançou-se a campanha "Cala a boca Joelma", que chegou aos trending topics (assuntos mais comentados do microblog). Outras pessoas, inclusive homossexuais, desaprovaram a campanha, afirmando que Joelma tem o direito de se expressar e que essa reação reforçava a ideia de "ditadura gay". 

Porém, vejamos: ninguém escolhe ser gay. Ou será que alguém, em sã consciência, simplesmente escolheria ir contra aquilo que predomina na sociedade, sujeitando-se ao preconceito e à discriminação e muitas vezes arriscando o amor da própria família e amigos, se isso não fosse parte de sua identidade e algo que o faz feliz? Levando isso em consideração, as pessoas nascem hetero ou homossexuais. Ou seja, no momento em que Joelma diz "deixa de ser gay" ao fã homossexual, seria equivalente a dizer "deixa de ser negro" a um afrodescendente.

O popular e o erudito

Em 1970, foi lançado, no Recife, com um concerto musical e uma exposição de artes plásticas, o Movimento Armorial, cujo objetivo era "realizar uma arte erudita brasileira a partir das raízes populares da nossa cultura". O idealizador desse manifesto foi ninguém menos que Ariano Suassuna, autor do famoso Auto da Compadecida e membro da Academia Brasileira de Letras. 

Reza a lenda que um dia um crítico teatral abordou Ariano e perguntou de onde ele tinha tirado as ideias para alguns dos episódios do Auto da Compadecida. O crítico inquiriu algo como: "Como foi que o senhor teve aquela ideia da bexiga de sangue?", Ariano disse: "Eu encontrei em um folheto de cordel". Depois perguntou: "E a história da música que ressuscita a pessoa?". Ariano: "Tirei de outro folheto". O outro: "E o cachorro que morre e deixa dinheiro para o enterro?". Ariano: "Aquilo ali é um folheto também." Descontente com as respostas, o crítico disse: "Mas isso é o fim. Então, o que foi que o senhor escreveu?". E Ariano, por fim: "Oxente! Escrevi foi a peça." Resumindo: o livro foi escrito a partir de uma reconstrução da literatura de cordel, típica da cultura popular nordestina.

Incrível

Estava eu reblogando pornografia gifs de pandas em um de meus blogs no Tumblr, quando, de repente, aparece em minha dashboard a indicação de um endereço na internet. Esse: http://www.incredibox.com/
Cliquei sem pretensão alguma e, sem me dar conta, desperdicei algumas preciosas horas de minha inútil vida me sentindo o melhor DJ da minha casa. O Incredibox é um aplicativo online gratuito, criado pelo designer francês Allan Durand. Nele você "constrói" uma música com a ajuda de até sete personagens, sendo que cada um fica responsável por fazer uma variedade de beatbox.

Sustentabilidade: um desafio

A sustentabilidade, um assunto muito discutido na atualidade, é, na verdade, um desafio. Precisamos conseguir ser sustentáveis o mais rápido possível, não basta que seja apenas uma nova utopia nem que seja apenas puro modismo.

Primeiramente, é preciso ter em mente o conceito de sustentabilidade. "Sustentabilidade" origina-se do verbo "sustentar", que significa "prover do necessário para a conservação da vida". Assim, uma sociedade sustentável é aquela que preenche suas necessidades, aproveitando ao máximo os recursos naturais, mas de uma maneira que não prejudique a biodiversidade. Nossa sociedade precisa ser dessa forma se quiser garantir sua sobrevivência, e é por isso que se fala tanto em desenvolvimento sustentável.

Desenvolvimento sustentável é o crescimento econômico e social capaz de atender às necessidades do presente sem ameaçar o futuro. As nações – especialmente aquelas com grande potencial de crescimento, como o Brasil – estão enfrentando, hoje, esse desafio que é a sustentabilidade. Pode parecer que não, mas crescer e se tornar uma potência mundial e ao mesmo tempo ser ecologicamente correto, ser economicamente viável, ser socialmente justo e ser culturalmente aceito é possível, o desafio está em encontrar formas que possibilitam conseguir isso.

Especial: Dia Mundial da Fotografia

Hoje, 19 de agosto, comemora-se o Dia Mundial da Fotografia. E, claro, não poderíamos deixar este dia passar em branco, afinal, estamos em plena Era Digital, as câmeras estão por todos os lados, e é por meio das câmeras que hoje podemos registrar momentos especiais, guardando pessoas, lugares e situações para a posteridade.

Este dia foi escolhido para homenagear a fotografia porque foi no dia 19 de agosto do ano de 1839, em Paris, que foi anunciada e apresentada ao mundo a tal da fotografia, desenvolvida pelo francês Louis Daguerre, o qual foi o inventor do daguerreótipo, predecessor da máquina fotográfica.

Entretanto, bem antes de Daguerre presentear a humanidade com sua invenção, o homem já tinha a mania de registrar momentos especiais, basta lembrar dos desenhos deixados nas cavernas em tempos pré-históricos, das esculturas da Antiguidade ou das pinturas modernas.

BREVE HISTÓRICO DA FOTOGRAFIA

O primeiro rascunho que se tem de uma fotografia data por volta do ano 350 a.C., quando o filósofo grego Aristóteles desenvolveu a primeira câmara escura, visando enxergar eclipses solares sem prejudicar os olhos. Já a primeira impressão fotográfica, só foi "batida" em 1826, pelo francês Joseph Niépce, a partir de um processo chamado heliografia, no qual uma imagem demorava até oito horas para ser gravada, e o resultado final não passava de uma borrão impresso em uma chapa de alumínio.

A primeira impressão fotográfica.























Foi aí que Louis Daguerre aprimorou o processo com o seu daguerreótipo, que chegou ao Brasil em 1839, trazido pelo imperador Dom Pedro II, que era um grande entusiasta da fotografia.

Mas havia um problema: o daguerreótipo não permitia a criação de cópias, cada fotografia era única e insubstituível. Até que, em 1841, o inglês William Henry Talbot conseguiu transferir as imagens para folhas de papel, permitindo que a fotografia se consolidasse como arte. Entanto, o processo ainda era para poucos, pois o custo do equipamento fotográfico, mais a "revelação", era altíssimo.

Em 1888, veio uma revolução: o americano George Eastman, o fundador da Kodak, criou os filmes enrolados em carretéis, que, com os produtos químicos certos, poderiam ser revelados em qualquer câmara escura. A fotografia finalmente tinha se popularizado.

Depois disso, só nos anos 90 é que o mundo da fotografia sofreu mais uma revolução: surgiu a câmera digital, que logo se tornaria uma febre no mundo todo. Hoje, as câmeras estão em todos os cantos, em computadores, celulares, tablets, entre outros, e as fotos, sendo arte ou recordações, fazem agora parte do nosso dia a dia.

Música e talentos nacionais

Para você que acredita no mito de que para ser música boa ela tem que ser estrangeira, só tenho uma coisa para lhe dizer: você está mais do que enganado, meu caro. Mas isso é compreensível, todos nós somos vítimas da cultura de massa, vemos e ouvimos o que a mídia nos apresenta, vivemos em um país onde nós mesmos nos consideramos inferiores ao que é estrangeiro. No entanto, não vim aqui para criticar e sim para lhe apresentar músicas boas (e nacionais) que irão agradar aos seus ouvidos.

Eu poderia passar o dia falando sobre bandas e cantores fantásticos que, infelizmente, são pouco conhecidos, mas, como sei que se eu escrever demais ninguém vai ter coragem para ler tudo, vou tentar resumir ao máximo.

O peso de carregar o personagem

Quem nunca assistiu a um filme e viu um ator extremamente conhecido por um determinado personagem e como não se lembrou de seu nome o chamou pelo nome do personagem?

Alguns atores e atrizes ficam famosos por um determinado personagem que fizeram e algumas vezes, mesmo interpretando outros personagens, ficam conhecidos apenas pelo de maior sucesso. O problema é comum, já afetou grandes estrelas do cinema e das séries de TV. 

Os hollywoodianos chamam de typecasting o fenômeno em que os atores e atrizes tornam-se conhecidos por interpretar personagens clássicos e, depois disso, não conseguem ser vistos de outra forma. Eles sempre correm o risco de decepcionar os fãs ao atuar em papéis que entram em choque com a identidade do personagem, até porque, geralmente, o protagonista tem um caráter positivo e qualquer desvio nessa conduta pode significar um afronta ao público.

Recordações e análises simplistas

Passei várias semanas sem ideias, sem vontade e sem inspiração, até que, num remoto dia, me deparei com essa imagem, uma garota andando de bicicleta. Pode parecer algo simples e sem sentido? Sim, pode, mas, quando vejo essa imagem, tenho uma sensação de conforto, déjà vu e um pouco de saudades, saudades de viver uma vida calma, sem as responsabilidades que o mundo nos arremessa.

A expressão da garota, aparentemente feliz, traz um conforto à minha mente, pego-me pensando: "será que é dessa maneira que o autor da obra quer que eu me sinta, relaxado, ouvindo uma boa música e apreciando sua obra?"

Sinto como se já tivesse visto essa cena (uma garota feliz andando de bicicleta) várias vezes, talvez em filmes ou séries, mas quando eu olho pra essa imagem sinto como se um filme estivesse passando diante de meus olhos, uma comédia romântica, não sei bem.

Cícero - Canções de Apartamento

Ultimamente tenho tido pouco tempo pra garimpar na web: pesquisar músicas, bandas e perder um tempo no Last.fm. Mas há algo que recentemente me foi apresentado pela minha querida irmã, algo que gostei muito: um CD de nome "Canções de Apartamento", álbum de estreia do artista Cícero Lins.

Com apenas 25 anos, formado em Direito, o cara decidiu se dedicar à música. O disco, apesar de gravado em seu estúdio caseiro, tem ótima qualidade e está disponível em seu site de graça.

Respeito à terceira idade

O medo de envelhecer está tomando conta da sociedade. Ninguém mais quer crescer e se tornar aquela pessoa idosa da qual tanto a sociedade – com exceções, claro – julga ser inválida, ignora e exclui do seu meio social. Podemos perceber que, atualmente, os idosos estão em condição de invisibilidade social – estão presentes, porém muitos não são notados.

Nos dias de hoje, devido ao grande avanço tecnológico, a sociedade possui maior qualidade de vida e de saúde. É um ponto positivo, porém problemático já que haverá um envelhecimento populacional em todo o mundo. O que nos leva a perguntar: e qual é o problema nisso? O problema é que a sociedade não está preparada para lidar com as questões sociais e psicológias ligadas ao envelhecimento, gerando, então, um conjunto de dificuldades e sofrimentos na vida das pessoas idosas – destacando-se a violência.

A tal alienação

Alienação. Muito se ouve falar dessa palavra. De acordo com o hegelianismo, é quando a consciência torna-se desconhecida a si própria ou à sua própria essência. De acordo com a Psicologia, é  o estado da pessoa que, tendo sido educada em condições sociais determinadas, se submete cegamente aos valores e instituições dadas, perdendo assim a consciência de seus verdadeiros problemas.

Não queria falar de televisão, muito menos citar emissoras, mas, no meio em que vivemos, acaba se tornado quase inevitável. A televisão é o instrumento midiático mais conhecido, utilizado e associado à alienação, até porque é o de mais fácil acesso. Há décadas a TV tem sido ditadora de modas, estilos musicais, gírias, costumes e opiniões políticas.

Porém, falar de alienação não refere-se apenas às redes televisivas, alienação refere-se a qualquer atitude totalmente influenciável e não própria: religião, gosto musical, time de futebol e toda essa nova mídia social, tão utilizada e viciante. Mesmo não percebendo, dezenas de coisas nos são impostas durante o dia e, sem nos atentarmos, apenas as aceitamos.

Rock vs. funk e a superioridade musical

Uma das coisas que mais me assusta – e enoja – na internet é a forma como as pessoas expõem seus preconceitos – dentre outras coisas obscuras – sem nenhuma culpa, coisa que eu não acredito ser resultado de uma ação ingênua, mas sim da sensação de segurança que o mundo virtual oferece para expor à vontade seus pensamentos, seja lá quais sejam.


No Facebook, rede social que, atualmente, é a mais acessada no Brasil, é possível ver a transparência das pessoas em relação a seus preconceitos, seja de forma sutil ou não. Um exemplo disso são as imagens virais que comparam músicos do rock com os de funk, mostrando uma suposta superioridade musical. São imagens cujas comparações caracterizam-se pela ausência de qualquer argumento decente. Ainda assim, o pior de tudo é ver o número de pessoas que as compartilham e dão continuidade a essa disputa sem sentido.

Luz, câmera... corta!

Alguns filmes que marcaram a minha infância, e provavelmente a sua também, foram feitos usando a técnica de stop motion. Alguns desses filmes são "O Estranho Mundo de Jack" (1993), "A Fuga das Galinhas" (2000) e "A Noiva-Cadáver" (2005). Essa é uma técnica de animação quase tão velha quanto o cinema e que ganhou fôlego com o filme dirigido por Tim Burton em 1993.

A técnica de stop motion é fascinante, uma vez que o trabalho é braçal, sendo necessários 24 quadros por segundo (padrão do filme convencional) e só assim, ao unir a sequência de imagens, cria-se a ilusão de movimento. Uma animação usando tal técnica requer um domínio perfeito do movimento, uma vez que consiste em fotografar um objeto real várias vezes, com mudanças mínimas de posição a cada "click".

Essa técnica tem alcançado resultados louváveis nas telas e é capaz de dar vida a seres inanimados e de produzir efeitos incríveis e impossíveis com lápis, papel ou desenho vetorial. O custo de produção é alto e a dedicação para a produção de um filme é praticamente integral, ainda assim grandes estúdios apostaram na técnica e criaram verdadeiras obras-primas como "Wallace e Gromit: a Batalha dos Vegetais" (2005).